terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Tiro de meta: uma questão de transporte.



Nos dias atuais parece uma regra banal que só agiliza a reposição da bola em jogo, chutando-a para o mais próximo possível da meta adversária. Porém, no tempo de sua criação,1869, o Tiro de Meta correspondia à expectativa da época (Revolução Industrial) de unir de forma rápida um ponto de saída e seu ponto de chegada.

Partindo desse ponto de vista, pode-se dizer que a nova regra futebolística obedecia à lógica dos meios de transporte, que ligavam a casa dos operários e seu local de trabalho ou a fábrica e os mercados.Nesse contexto, destacaram-se as ferrovias (Manchester - Liverpool, em 1831, Londres - Brighton, em 1841), o metrô de Londres (1863), a navegação marítima (travessia do Atlântico por barco a vapor em 1838) e o transporte pessoal (invenção da bicicleta em 1865).

Ademais, o maior poder de locomoção facilitou a propagação do futebol. No lugar de somente partidas locais entre alunos de um mesmo colégio (e,posteriormente, entre trabalhadores de uma mesma fábrica), tornavam-se possíveis disputas intermunicipais e inter-regionais.

Esse processo é perceptível quando observamos a geografia futebolística inglesa da década de 1920. Vê-se que o surgimento ou fortalecimento de clubes acompanhou muito de perto o traçado das ferrovias.

5 comentários:

  1. Sabe, Lara, este teu texto histórico e curioso me fez refletir e reportar a outro tipo de 'tiro de meta', tão comentado nos bastidores do futebol. Como o Dunga escapa desse meio de transporte, não? Ano passado, em pleno 7 de setembro, achavamos que o jogo contra o Chile seria o último dele no comando da seleção. Engano. Um 3x0 com show de bola que teve de calar a crítica por um tempinho. Ele ficou. Agora, Don Felipon ou Mr. Phillip tá de volta soltinho no mercado. Oba, outra oportunidade do Ricardo Teixeira cobrar o tiro de meta na bunda do Dunga, só pra rimar. Ai, o pessoal resolve jogar... Robinho tem de desviar a atenção dos seus 'causos' extra-campo... Ronaldinho precisa brilhar na vaga tática que ocupou do Kaká... Elano tem de mostrar mais serviço na brecha que surgiu... Julio Cesar quer sua beatificação, assim como o Marcão... Pois é, aquela nobre nádega tá volta pra lua, mesmo.
    E q venha a Africa 2010... se Deus quiser...

    Bjs e continue firme com seu blog... voltarei...

    Everton Domingues
    (jornalista e tarado olímpico)
    www.vancouverolimpica.blogspot.com
    www.beijingolimpica.blogspot.com
    www.londresolmpica.blogspot.com

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  2. Interessante relação feita por você, Lara!

    Abraço,

    Rafael Igor
    www.passesdeletra.blogspot.com

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  3. Lara Maria, finalmente pude ler seu blog.
    Como tudo que tu faz: adorei! Parabéns.
    Muito legal mesmo, e eu nem gosto de futebol e história. Não necessáriamente nessa ordem.
    Beijos linda

    Xerém
    http://solucaoproblema.blogspot.com/

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  4. Não só na Inglaterra, mas no Brasil os times cresceram junto com as ferrovias...

    E o principal (se é que podemos falar assim) meio de difusão do esporte bretão pelo mundo afora foi a marinha inglesa - não à toa, já que ela sempre foi parte da força internacional inglesa.

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  5. Lara fofi, num liga não, é porque eu estou de férias e me sinto deprimida. Tô meio cansada de Xerém e passei por alguns probleminhas por isso estava tão triste.
    Bem, resumindo: esquenta a moringa comigo não.
    E vou tentar escrever uns textos mais alegres.
    Beijo
    E saudades mil.
    Xexê

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