sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Futebol de Batalhão na I Grande Guerra

(Soldados da I Guerra Mundial)

Resultado da animosidade acumulada entre as potências européias, a Primeira Guerra Mundial eclodiu em julho de 1914. Os homens da época acreditavam na possibilidade de uma guerra rápida e localizada. Mas o que se viu foram quatro anos de combates sangrentos entre os soldados da Tríplice Aliança e da Tríplice Entente que, ao final da guerra, em 11 de novembro de 1918, levaram a Europa a um esgotamento total e a uma crise generalizada.

Em meio a tudo isso, na Inglaterra, o berço do futebol moderno, as discussões a respeito dos esportes de massa ganhavam cada vez mais importância.O Ministério da Guerra percebeu, então, que o futebol poderia contribuir para o esforço de guerra, assumindo um papel crucial na tentativa de integração nacional.

Foi com esse pensamento que William Joynson-Hicks, membro do Parlamento, incentivou a formação de equipes de futebol a partir de batalhões, que realizariam partidas de exibição por todo o país. Sua missão era recrutar voluntários para o combate, usando o slogan: Jogue o Grande Jogo e se Aliste no Batalhão do Futebol. Isso porque, na Inglaterra, não existia alistamento obrigatório (até 1916). Dessa forma, cada partida envolvendo astros-soldados poderia representar literalmente sangue novo para o front.

(William Joynson-Hicks)

Nesse contexto, teve maior notabilidade o famoso 17° Batalhão de Middlesex, conhecido como Os Extremados (The Extremers). Assim como tantos outros, seu papel era claro: despertar o nacionalismo através do futebol. Após quase um ano de turnê, enfim Os Extremados foram enviados ao combate. Sua presença na França foi um poderoso meio de propaganda, no momento em que o moral das tropas estava abalado e carecia de um reforço especial.

No entanto, a realidade da guerra foi também devastadora para os soldados-jogadores do 17° de Middlesex. De duzentos jogadores que passaram pelo batalhão antes do combate, cerca de trinta sobreviveram até fevereiro de 1918, quando Os Extremados foram finalmente desmobilizados. Então, em poucos meses de batalha suas lendárias performances nos campos de futebol foram transformadas em vagas lembranças de soldados dos campos de guerra.





9 comentários:

  1. Futebol sempre foi, é e será uma guerra tática e de nervos!

    Abraços!

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  2. Olha a Inglaterra dando uma de EUA,usando meios que não justificam os fins pra incentivar o alistamento.. Que o diga, Capitão América, Super-homem, Tio Sam e o futiba pros companheiros ingleses né..

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  3. O Super-Homem foi criado no período entre-guerras. Só depois foi adaptado para a ideologia norte-americana...

    Se o futebol pode ser usado para alistar soldados, ele também serve como meio de resistência, como o famoso FC Start da Ucrânia...

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  4. Passei apenas para elogiar o blog. Tenho lido sempre. Muito bom, viu!

    Abraços,
    Gustavo Vargas

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  5. Olá. Tem uma história de um time de futebol que preferiu morrer a perder na segunda guerra que é emocionante demais. Você tem essa história?

    Warley Morbeck

    Flamengo Eternamente
    Eterna Bola
    Fla TV

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  6. O futebol sendo usado, literalmente, com finalidades bélicas, uma página significativa da história mundial.

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  7. LAra, olhe ai a história que te falei:

    http://fuinhaesperta.blogspot.com/2008/03/o-time-que-preferiu-morrer-perder.html

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  8. Olá,

    Desculpe, mas gostaria de fazer uma pequena correção: a foto publicada como sendo de soldados na Primeira Guerra Mundial, na verdade é de GI'S americanos, mas na Segunda Grande Guerra.
    No mais, parabéns pelo blog.

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  9. isso me ajudou muito no meu trabalho vlw

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